Wednesday, April 20, 2011

no princípio era a selva

como prometido aqui se concretiza o regresso. nos últimos tempos tenho-me dedicado a recuperar a velha quinta dos meus avós, já faz muito deixada ao abandono. 20 anos como viveiro de silvas e afins levou a este estado lastimável, apesar do ar selvático nas fotos, a realidade é que dava pena ir até lá...
infelizmente deste começo não tenho boas panorâmicas, nenhuma visão global da situação, só pequenos pedaços isolados deste enorme projecto.
quem se ressentiu foi a varanda que agora está mesmo selvagem, mas isso fica para outra oportunidade...

já se sabe, ao abandono as construções degradam-se a um ritmo alucinante. não sei o que me levou, literalmente, a meter mãos-à-obra...
mas o facto é que, armado de uma tesoura de cortar relva(!) e com a ajuda da minha princesa-anjo-da-guarda, fui abrindo caminho por entre o mar de silvas.
aqui já a coisa estava a avançar, mas as malvadas chegavam ao telhado, invadiam o interior, dominavam a seu belo prazer tudo que se elevava do chão...

foram tórridos dias de verão! se bem me lembro, o suor, a cada tesourada, corria em bica pela minha cara abaixo pingando na terra ressequida. mas a alegria e prazer de cada metro de caminho aberto transmitia-me uma sensação de prazer inolvidável: eu era o livingstone explorando território desconhecido e, a cada passo, encontrava um fragmento do passado. só que deste passado também eu fazia parte.

difíceis belos dias
estes dias da quinta
em que eu trabalhava
e tu tão bela ajudando rias...



foi um longo processo até hoje: uma selva quase domesticada!
para quem duvidava da árdua empreitada, um click tão simples como um pequeno trilho, levou a um enorme trabalho conjunto: se no início éramos somente 2 agora já somos 5; se no início cada metro era uma feliz vitória agora cada dia é um dia mais próximo!

e assim chego ao fim, uma pequena abertura para um tema que espero longo! para terminar aqui fica este vosso escriba a labutar e 2 pequenos sinais de vida na selva, ambos reveladores da beleza simples da natureza...
cada vez acho mais que não há nada como o campo!

4 comments:

José Antonio said...

Amigo foi com muito orgulho que li e reli a sua postagem pois e assim a lei da vida e tudo dá muito trabalho mas custa mais ver destruir aquilo que alguém fez com muito carinho muitas das vezes sem uma pequena migalha de pão com oito dias para meter na boca eu sou conhecedor de muitas situações dessas foi o caso do meu avo tanto trabalhou não sei para quê não vou mais longe . Amiga nunca se esqueça que a trabalhar também se ganha o Pão de cada dia um sincero abraço com muito carinho e amizade ALMEIDA

Ana Maria B said...

Só descobri este blog hoje mas gostei. Vai para os favoritos.
Coragem com os trabalhos da quinta, vale a pena. Fazer algumas coisas com máquinas também é boa ideia porque é muito mais rápido e radical. Arrancar as silvas, por exemplo. Se não se arrancam as raízes todas tornam a crescer com mais força. E o corpo é que paga...

Maria L Filipe said...

Olá!!! :)
Confesso que tenho saudades dos vasinhos da Varanda...mas gostei deste pequeno trecho..e até deu uma invejinha, pois quem não gostaria de ter uma casinha no campo!!! Eu adorava!!
Parabéns pela coragem ao enfrenter esse mato que a Natureza brava invade!!
:)

Miguel Jorge said...

Atenção que as silvas voltam a crescer outra vez...informe-se numa loja de produtos agrícolas como as eliminar de vez, ou fale com os vizinhos próximos.
CORAGEM!!!!!!!
Depois vai ter espaço que sobra para fazer um pequeno paraíso!!