
como prometido aqui se concretiza o regresso. nos últimos tempos tenho-me dedicado a recuperar a velha quinta dos meus avós, já faz muito deixada ao abandono. 20 anos como viveiro de silvas e afins levou a este estado lastimável, apesar do ar selvático nas fotos, a realidade é que dava pena ir até lá...
infelizmente deste começo não tenho boas panorâmicas, nenhuma visão global da situação, só pequenos pedaços isolados deste enorme projecto.
quem se ressentiu foi a varanda que agora está mesmo selvagem, mas isso fica para outra oportunidade...

já se sabe, ao abandono as construções degradam-se a um ritmo alucinante. não sei o que me levou, literalmente, a meter mãos-à-obra...
mas o facto é que, armado de uma tesoura de cortar relva(!) e com a ajuda da minha princesa-anjo-da-guarda, fui abrindo caminho por entre o mar de silvas.
aqui já a coisa estava a avançar, mas as malvadas chegavam ao telhado, invadiam o interior, dominavam a seu belo prazer tudo que se elevava do chão...
foram tórridos dias de verão! se bem me lembro, o suor, a cada tesourada, corria em bica pela minha cara abaixo pingando na terra ressequida. mas a alegria e prazer de cada metro de caminho aberto transmitia-me uma sensação de prazer inolvidável: eu era o livingstone explorando território desconhecido e, a cada passo, encontrava um fragmento do passado. só que deste passado também eu fazia parte.
difíceis belos dias
estes dias da quinta
em que eu trabalhava
e tu tão bela ajudando rias...

foi um longo processo até hoje: uma selva quase domesticada!
para quem duvidava da árdua empreitada, um click tão simples como um pequeno trilho, levou a um enorme trabalho conjunto: se no início éramos somente 2 agora já somos 5; se no início cada metro era uma feliz vitória agora cada dia é um dia mais próximo!

e assim chego ao fim, uma pequena abertura para um tema que espero longo! para terminar aqui fica este vosso escriba a labutar e 2 pequenos sinais de vida na selva, ambos reveladores da beleza simples da natureza...
cada vez acho mais que não há nada como o campo!